Tem alguns fatores que podem influenciar na dinâmica de umidade de solo e entradas de água; entre eles os mais importantes são o tipo de sistema de irrigação, cultura, condição de umidade antes da nova entrada de água, demanda hídrica diária, distribuição e intensidade da chuva.

Os sistemas de irrigação localizados tendem a ser mais efetivos, pois a água cai direto sobre a localidade onde o sensor de solo foi instalado. Já os demais sistemas de irrigação tendem a ter um comportamento mais parecido com a chuva, justamente porque tendem a imitar uma chuva.

Em relação a cultura, quanto mais folhas mais obstáculos a água de chuva terá para alcançar o solo. E se o sensor estiver sobre uma área com muita vegetação pode ser que a água de chuva obrigatoriamente tem que passar pelas folhas antes de chegar no solo, o que pode alterar a intensidade da chuva; o que não ocorre em irrigações localizadas. Esse processo da vegetação, também favorece a perda de água para a atmosfera, pois deixa a água mais tempo exposta e fora do solo.

Se a umidade do solo antes da entrada de água estiver alta, ao entrar água essa não vai ser rapidamente consumida e, portanto, a variação será maior. Já quando o solo está mais seco a água que entra no solo vai ser logo consumida já nos primeiros níveis de profundidade.

É importante verificar a demanda hídrica diária no dia dos eventos de irrigação e chuva. Se um dia tem uma evapotranspiração maior, esse dia terá maior perda de água para a atmosfera. Então por mais que a entrada de água seja maior a perda também é maior e a umidade do solo pode apresentar menor variação.

Por fim, as irrigações geralmente são aplicadas de forma constante em um determinado período. Já as chuvas podem ocorrer de forma pontual (uma pancada de chuva) ou distribuída ao longo do dia. Chuvas muito intensas podem ocasionar em muita água que não infiltra, pois a taxa de drenagem não suporta a quantidade de água que cai, desta forma a água em excesso irá escoar e não irá influenciar na umidade em profundidade daquele local que ela caiu. Por outro lado, chuvas bem distribuídas também podem perder água para atmosfera por deixar a água mais tempo exposta fora do solo, como dito acima.

Para exemplificar essa situação de chuva, pense em uma planta de café em que é borrifado 1 litro de água sobre ela e uma planta de café ao lado em que é jogado 1 litro de água direto sobre o solo com um balde. Nesse cenário, além da umidade do solo no café que foi irrigado com balde ter uma resposta maior, ele também terá uma resposta mais rápida. Já no segundo caso além da água demorar mais para chegar no solo, muito provavelmente grande parte dela será perdida para a atmosfera.

Por esses motivos que a variação da umidade do solo não é diretamente um saldo da quantidade de água que foi registrada na área. É importante analisar todos os fatores para conseguir entender com mais exatidão as variações da umidade do solo. Se tiver uma dúvida com relação a umidade do solo medida na área é importante ir até o local e tentar verificar se o que está sendo medido corresponde com o que está acontecendo.

A umidade do solo é diretamente afetada por variáveis como a matéria orgânica, a rocha de origem, a granulometria (quantidade de areia, silte e argila), a compactação do solo, etc. Além disso, quanto mais próximo da superfície mais facilmente a atmosfera interage com o solo; tornando as variações na umidade do solo maiores. Em geral um solo superficial também vai ter mais raízes; o que pode favorecer o consumo rápido de água, diminuindo a umidade mais facilmente. Portanto, devido as diferentes interações entre solo-planta-atmosfera e as próprias características do solo, é possível se ter um comportamento médio de umidade do solo entre duas profundidades diferentes.